Estruturas metálicas e galvanização

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11/03/2013

Galvanização: Aplicação vai de veículos à linha branca

Galvanização: Aplicação vai de veículos à linha branca

A galvanização está mais presente no dia a dia das pessoas do que se pode imaginar. Por ser um processo perceptível apenas para especialistas, poucos sabem de sua utilização em automóveis, na linha branca, em postes de iluminação, placas de sinalização de rua e estradas, portões, alambrados, traves de quadras de esportes, ferragens, tubulações, torres de transmissão de energia, estruturas para obras civis, equipamentos de irrigação, galpões e estruturas de estádios de futebol.

Mesmo com diversas aplicações, ainda há muito o que se explorar. O tema foi discutido em São Paulo nos dias 25 e 26 de outubro, durante o Congresso Brasileiro de Galvanização realizado pelo Instituto de Metais Não Ferrosos (ICZ).

Em 2010, o Brasil utilizou apenas 2 kg de aço galvanizado por habitante, enquanto na Europa o número foi dez vezes maior. "Nós temos um mar de oportunidades pela frente. A galvanização no Brasil é o maior mercado da América Latina. Temos 8 mil km de costa litorânea, ou seja, um ambiente de maresia que precisa de proteção, durabilidade e segurança", afirma Ricardo Suplicy Goes, gerente executivo do ICZ.

O Brasil é o décimo segundo maior produtor mundial de minério de zinco, com produção de 288 mil toneladas de concentrado em 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração. Esse volume representa 2,4% da produção mundial, que é de 12 milhões de toneladas. A China é a maior produtora, com 3,5 milhões de toneladas em 2010 ou 29% da produção global. Na sequência, vem o Peru, com 13%, e a Austrália, com 12%.

As reservas medidas e indicadas de zinco no Brasil alcançam 6,5 milhões de toneladas, a maioria no Estado de Minas Gerais (88%). As reservas mundiais somam 200 milhões de toneladas. China e Austrália têm as maiores reservas, com 16,5% e 10,5% do total, respectivamente.

O zinco tem grande variação de utilização, destacando-se o processo de galvanização (anticorrosão) na proteção de peças metálicas, principalmente o aço. Esse uso corresponde a 55% do consumo nacional. Mas o zinco também é matéria-prima para ligas metálicas, além de ser utilizado em pigmentos, pilhas secas e outros.

Segundo o Instituto Aço Brasil, os principais setores consumidores de chapas zincadas a quente e chapas eletrogalvanizadas são: automobilístico (48%); construção civil (10,6%); utensílios domésticos e comerciais (6,5%), com destaque para os eletrodomésticos.

São muitos os benefícios da galvanização como custo competitivo, durabilidade, aceitação de pintura, rapidez e dupla proteção. Na construção civil, a dificuldade do setor no Brasil é em relação aos custos da obra, que sobe de 3% a 4%, quando se galvanizam as estruturas. "Cresce um pouco o custo inicial, mas reduz o custo de manutenção ao longo dos anos", ressalta Goes.

A duração dos produtos galvanizados é diretamente proporcional à espessura do revestimento de zinco e inversamente à agressão do meio ambiente. Costuma atingir 10 anos em atmosferas industriais, 20 na orla marítima e mais de 25 anos em áreas rurais. Na Praia do Futuro, em Fortaleza, Ceará, tem-se o ambiente de maior corrosão do mundo. Lá um poste dura só dois anos, enquanto que no interior do país um poste não galvanizado dura cerca de dez anos. Hoje, nas praias, um poste galvanizado pode durar cerca de 30 anos.

Outra vantagem é que o aço galvanizado pode ser pintado, sem que haja choque entre os revestimentos; um exemplo é a pintura de fogões. Além de conferir cor ao material por estética, segurança ou sinalização, a pintura aumenta a vida útil da estrutura em cerca de duas vezes.

Com a galvanização por imersão a quente é possível revestir a peça completa em alguns minutos, enquanto outros processos demandam horas ou mesmo dias. "Independente do clima pode-se pegar uma estrutura, dar banho de zinco e meia hora depois já utilizá-la", explica Goes.

Os ganhos para as empresas que utilizam o aço galvanizado são evidentes, a começar pelo número de manutenções, que são reduzidas e, em alguns casos, tornam-se desnecessárias. "Nas estruturas localizadas em áreas de difícil acesso, montadas de forma compacta ou ainda com restrições quanto à segurança, como torres de eletrificação, o aumento dos intervalos de manutenção reduz os custos decorrentes dessa operação e da interrupção de serviços", explica Goes. É uma economia considerável na vida útil de um produto de aço. "No caso de infraestrutura pública, a vantagem é significativa quando traduzida em economias permanentes de custo, já que os recursos públicos são liberados para outros propósitos, uma vez que são diminuídos os gastos com manutenção e substituição".

Uma pesquisa realizada pela empresa norte-americana CC Technologies avaliou que de 1% a 5% do PIB dos países são consumidos pela corrosão do ar. No Brasil, um estudo do professor Vicente Gentil, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estimou essa relação em 4%. Em 2010, o prejuízo teria sido de R$ 147 bilhões.

 

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